“Bacalhau” é o termo usado
para o peixe que passou pelo processo de salga, com o intuito de conservá-lo
próprio para o consumo por mais tempo.
Introduzido na gastronomia
pelos portugueses desde o século XIV, época das grandes navegações, o processo
de acrescentar sal ao peixe era rotineiramente utilizado para manter suas qualidades, servindo de alimento para os tripulantes das embarcações.
O peixe é salgado até o ponto
que garanta suas propriedades de textura, suculência e, claro, sabor semelhante
ao do alimento quando fresco. O processo se dá a partir do peixe limpo, sem
vísceras (órgãos internos) e tratado com sal (cloreto de sódio – sal de cozinha),
e por fim, passa por um processo de secagem natural,
mantendo cerca de 40% de sua umidade.
mantendo cerca de 40% de sua umidade.
O Bacalhau virou até motivo de
“guerras”. No passado, os alimentos se estragavam devido à precariedade de
conservação, pois ainda não existia a geladeira (surgimento no séc. XX), sendo
assim o consumo do peixe processado pelo método de salga e secagem foi elemento
de cobiça entre os países europeus. Em 1532, na Islândia, o controle pesqueiro
motivou um conflito entres os ingleses e os alemães, e, mais tarde, em 1585, a
Espanha também entrou nessa disputa pela iguaria.
Há vestígios de que a o Bacalhau
já era consumido desde o século IX na Islândia e na Noruega. Os Vikings são considerados os primeiros a
consumir o peixe, mas como não tinham sal, apenas secavam o pescado ao ar livre
para consumi-lo durante as longas viagens pelos oceanos. Há relatos que por
volta do ano 1.000, o processo de salga iniciou-se pelos Bascos, antigos habitantes da Espanha e da França, pois já
conheciam o sal e o utilizavam no processo de conservação do peixe.
Algumas espécies de
peixes podem se beneficiar desta técnica. A mais comum, considerada “legítima”,
provém das águas frias e límpidas de países nórdicos, como a Noruega. Habitante
do Oceano Atlântico (Noruega e Canadá), o Gadus
morhua (foto) alimenta-se de outros peixes menores, e por ser qualificado “o nobre
dos nobres”, devido à qualidade de sua carne, está ameaçado de extinção, pois
diferente do seu sucessor, o Gadus macrocephalus (Oceano Pacífico - Alaska)
não possui políticas ambientais, como licenças que limitam a sua pesca a fim de
evitar o seu desaparecimento. Os genéricos são: Gadus virens ou Pollachius
virens, o famoso Bacalhau Saithe; o Molva
molva, o conhecido Ling; o Brosmius
brosme, o Bacalhau Zarbo. Até no Brasil (rio Amazonas) temos um
representante dessa iguaria, o Arapaima
Gigas, o famoso peixe Pirarucu, que, depois de ser salgado, é conhecido
como Bacalhau-da-Amazônia.
E o Bacalhau do Porto?
Historicamente, a cidade do Porto foi a primeira a receber e preparar o pescado
trazido pelos navegadores portugueses. Ainda hoje, esta é a principal cidade
culinária do Bacalhau. Já no Brasil, a palavra “Porto” remete-se à espécie de
melhor qualidade, oriunda daquela cidade portuguesa.
Fontes: Bacalhau.com,
Projeto Chef, Cassia Manzi, Arlequim Gourmet
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